segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Cauda Longa - Chris Anderson






A Cauda Longa, livro de Chris Anderson, trata de uma nova perspectiva que vêm se acentuando, são as transformações do mercado de massa em um novo tipo de mercado de consumo voltado agora para grupos mais específicos (nicho). Atualmente, a instabilidade dentro da indústria do entretenimento é um dos grandes problemas enfrentados pelos produtos culturais e midiáticos que têm a pretensão de se tornarem grandes sucessos de público, audiência e mercado. Há uma nova realidade em que os mega-sucessos, os hits do momento, os campeões de bilheteria e audiência não despertam tanto interesse quanto há algum tempo atrás. As pessoas, em especial os jovens, tendem a buscar produtos “alternativos” que não estejam necessariamente introduzidos na cultura de massa e sendo distribuídos pelo mercado, ou seja, os nichos resistem e crescem gradualmente.
O fato deve-se ao impacto da inserção dos novos dispositivos e das novas tecnologias, em nossas vidas e no mercado consequentemente, que facilmente disponibilizam imensuráveis quantidades dos mais variados tipos de produtos (culturais, midiáticos, bens de consumo) na internet de todas as formas possíveis. Para Anderson (2006, p. 6) o mercado que antes era invisível torna-se visível e possível, e a possibilidade ocorre devido aos baixíssimos custos deste processo além de não haver a restrição do mundo físico. Se no passado as pessoas só tinham acesso á àquilo que era imposto pela indústria cultural através dos meios de massa, tratava-se da era da economia da escassez, em que só havia espaço para os produtos com forte apelo popular, os grandes sucessos, a fim de cobrir os altos gastos com a produção e distribuição dos produtos. Agora, com a distribuição e o varejo on-line, vive-se a era da economia da abundância, em que a oferta e a disponibilidade é imensa e o custo muitas vezes menor, tanto para o produtor quanto para o consumidor.
Este processo denominado cauda longa é uma comparação á gráficos estáticos que à medida que se avança no eixo o valor quase nunca chega à zero, justamente o que ocorreu com o autor ao colocar os dados de sua pesquisa e levantamento em forma de gráfico.

“Ela começava como qualquer outra curva de demanda, classificada por popularidade. Alguns grandes, baixados com enormes freqüências, formavam o cocoruto da curva, que logo despencava num precipício, com as faixas menos populares. Porém o interessante é que ela nunca chegava a zero.” (ANDERSON, 2006. p.10)

A procura e a demanda pelos produtos que não estão no circuito popular movimentam e mantêm grande parte das empresas do ramo como a Amazon, Netflix, Ebay, iTunes, Rhapsody, entre outras de menor porte e ingressantes agora neste mercado. O segredo é disponibilizar ao máximo á variedade de opções na internet consequentemente o número de acessos e vendas aumentarão, pois os “não-hits”, destinados aos nichos, significam uma parcela tão grande ou maior que a dos hits do momento. Os produtos culturais da era digital são os mais beneficiados através deste processo, pois encontram seus consumidores dispostos a saírem da homogeneização dos sucessos do momento.
A democratização das ferramentas de produção, distribuição, oferta e demanda, possibilitados pela inserção das novas tecnologias e dispositivos, também influenciam nos processos definidos pela cauda longa, pois estes fatores são primordiais nas reduções de custos favorecendo o encontro com os nichos. Ferramentas como câmeras de vídeo, blogs, celulares, entre outros dispositivos são capazes de prolongar cada vez mais os efeitos da cauda longa, além de favorecer a erupção de novos talentos imbricados com o mercado de nicho.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDERSON, Chris. A Cauda Longa (The Long Tail). Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

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